top of page

O Espaço em Mim

Desde menina sempre dizia a seus pais - "queria estar nos céus"-, sua essência era a liberdade incondicional, e criou através dos anos um sentido para sua própria existência. Tinha sensações sublimes, cheias de luz e cores, com tons tão variados que era difícil descrever: sóis, luares, crepúsculos, mares, amanheceres, céus, anoiteceres...

Viver, nos seu entendimento, era um mistério imenso e ela precisava experimentar tudo intensamente. Considerar as questões existenciais era inevitável.

Na década de 60, ela tinha 20 anos, tornou-se aviadora profissional.

Ela manteve seus objetivos e foco intactos, expressando com a respiração e olhos, sua urgência e ousadia.

Mantinha em seu coração a frase de Kierkegaard: “Ousar é perder o equilíbrio momentaneamente. Não ousar é perder-se.”Às vezes, podia ouvir Simone de Beauvoir sussurrando em seus ouvidos: “Não se nasce mulher: torna-se”, - pensamentos que faziam parte de seu universo; de seu ser no mundo.

Aos 21 anos, ela se ofereceu como voluntária para o Programa "Mulheres no Espaço", com apoio da NASA, os testes eram rigorosos e ela foi atravessada pelas mais agudas sensações: - ela sentiu a água fria a uma temperatura de 10°C sendo injetada em um ouvido. Foi tirada da sala e, depois de uma hora, fizeram o mesmo teste no outro. Foi colocada em tanques de isolamento, sem alucinar, por 10 horas e 35 minutos, um recorde. Passou nos testes e foi qualificada para ir ao espaço. Mas, o programa foi cancelado. Ainda não seria desta vez que conseguiria “estar nos céus” e flutuar leve e calmamente.

O tempo passou e ela tornou-se a primeira mulher instrutora de voo em uma base militar dos Estados Unidos, a primeira a conseguir um cargo como investigadora de segurança aérea no Conselho Nacional de Segurança nos Transportes e a primeira a se tornar inspetora da Administração Federal de Aviação.

Dia 20 de julho de 2021, agora com 82 anos, ela estava a bordo do foguete New Shepard, da Blue Origin, “convidada de honra” de Jeff Bezos, foi levada a mais de 100 km acima da superfície da Terra. Enquanto flutuava, dentro da cápsula, experimentava a sensação de ausência de peso, sentia a fragilidade do planeta, observava nosso "pálido ponto azul", protegido por uma fina atmosfera.

O voo foi transmitido ao vivo, e todos puderam ouvir sua voz ecoando em seus corações, enquanto flutuava dentro da cápsula: - I love it! I love it!

Após o voo bem sucedido, Mary Wallace "Wally" Funk, realizou o sonho de uma vida inteira e se tornou a pessoa mais velha a voar para o espaço!

Após retornar à Terra, saindo da cápsula, seu sorriso era maior que o mundo!


Link:

 
 
 

Comments


Post: Blog2_Post

Formulário de inscrição

Obrigado(a)!

  • Facebook
  • Twitter
  • LinkedIn

©2021 por Contos de Angelica Nogueira. Orgulhosamente criado com Wix.com

bottom of page