Reflexões de uma Arquipoeta Autora: Angélica Nogueira 12/12/2021
- Angélica Nogueira
- 13 de dez. de 2021
- 2 min de leitura

Angélica Nogueira – 12/12/2021
...e, ela se perguntava: O que é isso? Por que isso? Qual a razão? Sinceramente, não entendia nada, só que a única coisa que poderia fazer era se adaptar a tal realidade e ir vivendo, da melhor forma possível. Foi a sua salvação, ou será que não? E se, agisse de outra forma? E se, tivesse mais coragem e ousadia? Mas, como poderia saber, se tudo que se vive é pela primeira vez e sem ensaio! Ela vivia a observar e refletir sobre a diversidade das possíveis verdades da vida:
Será que existe salvação? Salvar de que? Considerando-se que tudo que se vive - cada encontro, cada experiência, contribui para aprendermos e evoluirmos - o conceito de salvação perderia a sua essência e seu significado.
A incompletude é inerente ao ser. Sempre há uma tecidoteca de humanidades, para aprendizagem e trocas entre as mais variadas vertentes - um multifacetamento de correlações – tema complexo e variável.
E se, se sentisse mais estimulada a ir atrás do que precisa e deseja? Poderia tornar-se mais forte, mais independente, mais determinada. Ela sentia que ao escrever, deveria revelar seu eu mais genuíno, seus pensamentos, sentimentos, e todo tipo de desejo, como se fosse uma confissão - nem totalmente verdadeira ou falsa - seus erros e acertos, apenas com eram.
Suas mil faces miravam-se no espelho de radiantes espectros. Luz dispersa, reflexo de demônios e anjos, buscando respostas polifacetadas. A única pessoa que percebia que em alguns momentos, ela viajava para dentro de seu próprio coração, era ela mesma, parte de sua lapidação do ego, de forma orgânica, entre seu processo interior e os acontecimentos externos.
E se, estivesse sempre preparada para surpresas? Quando surgiam, não havia tempo para reflexões, seria hora de tomar decisões e se colocar em ação.
Ah! E, o amor ”essa coisa rara”: “O principal é - ame aos outros como a si mesmo, eis o principal, só isso, não é preciso nem mais nem menos: imediatamente você vai descobrir o modo de se acertar. E, no entanto, isso é só uma velha verdade, repetida e lida um bilhão de vezes, e mesmo assim ela não pegou...” Já dizia Dostoievski.
A inspiração de imaginar e viver buscando o indizível, o incompreensível. O fascínio pela sua liberdade e capacidade de sonhar. A pretensão de que suas palavras refletissem os sons de madeira do xilofone, com seu timbre melodioso, duro e brilhante, tocado com baquetas de diversas gradações de dureza. Instrumento de raízes ancestrais, brotando do interior, do fundo da alma.
Ouvindo as batidas do coração, tinha um objetivo decidido, afastar-se do medo, mas, as vezes, o medo ainda estaria presente, decidindo o futuro.
Então, bateram na porta de seu quarto, e ela se lembrou de que o caminho só se faz caminhando... Seguiu em frente... naturalmente...
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